Dança do ventre: história e tradição
O Dia do Folclore é celebrado internacionalmente em 22 de agosto. E é impossível estudar sobre o folclore árabe sem se encantar com as danças populares regionais, especialmente a Dança do Ventre.
As danças folclóricas estão ligadas ao cotidiano do povo árabe, assim como à cultura, às crenças e aos mitos. E a Dança do Ventre atual teve influência do Ballet e evoluiu do folclore regional com intercâmbios culturais e diferentes movimentos de várias partes do mundo.
Qual a origem da Dança do Ventre?
Este é um tópico bastante polêmico, pois há diversas versões e contradições. Uma das hipóteses mais aceitas é de que a Dança do Ventre tenha se originado no Antigo Egito, vinda de rituais ligados à fertilidade da terra e da mulher.
Segundo esta teoria, as mulheres reverenciavam a fertilidade e celebravam a vida com movimentos ondulatórios do quadril, o que também as preparava para se tornarem mães, já que a movimentação fortalece a região pélvica, o que facilitaria o parto.
Seu nome original, como é chamado até hoje no Oriente, é raqṣ sharqī (رقص شرقي), cujo significado em árabe é Dança do Leste. Em francês, foi traduzido para Danse du Ventre e, posteriormente, nomeado Belly Dance pelos norte-americanos. Chegou ao Brasil, portanto, como Dança do Ventre.
Segundo o livro “Expressão e Consciência Corporal pela Dança do Ventre”, da bailarina palestina Shahrazad Shahid Sharkey, pioneira da modalidade em nosso país, o nome Dança do Leste “significa onde o sol nasce, de onde a mulher recebe as energias e o poder do Sol”.
A Dança do Ventre ganhou muita popularidade no Brasil em 2001, com a exibição de uma novela da TV Globo que se passava entre o Ocidente e a região do Oriente, apesar de ter surgido há mais de 50 anos, quando os primeiros árabes chegaram no país.
Benefícios à saúde
Assim como basicamente todas atividades físicas, a dança também traz inúmeros benefícios, se praticada regularmente. Alguns deles são a tonificação dos músculos da coxa e panturrilha, correção da postura e, como já mencionamos, o estímulo do sistema digestivo e funções ovárias. Além disso, é capaz de fortalecer o ventre, diminuir a barriga e aumentar a capacidade respiratória.
Outro benefício que merece destaque é que a Dança do Ventre também auxilia no bem estar emocional e ajuda a desenvolver a autoestima, confiança e até a sensualidade da mulher.
Tipos de Dança do Ventre
O que diferencia um estilo do outro são os movimentos, a postura, interpretação dos ritmos, músicas, trajes ou acessórios. Os mais populares são:
- Dança dos sete véus: neste, a bailarina faz uma apresentação com sete véus, de diferentes cores, amarrados. Eles representam os sete chakras que serão abertos durante o espetáculo.
- Dança com espada: uma espada representa o equilíbrio e testa a habilidade da dançarina. Este objeto deve ser equilibrado com graça e sensualidade na cabeça, no peito e na cintura.
- Dança dos cinco elementos: representa a devoção e tem um aspecto mais ritualístico, retratando elementos como água, fogo, terra, ar e éter. É dividida em cinco fases, cada uma com sua representatividade ideal.
- Dança com bastão: por ser uma versão da dança masculina Tahtib, não utiliza passos muito femininos ou delicados. A dança do bastão é a mais esperada nas festas árabes e tem ritmo alegre e divertido, com bailarinas que dançam sorrindo e esbanjando alegria para o público.
- Dança com acessórios: é realizada com o snuj, um objeto bem antigo e característico. Feito com peças de metal semelhantes a castanholas, com o elástico colocado na base da unha, pode ser usado tanto pela bailarina quanto pelo músico que estiver acompanhando a dança.
Dança no Oriente Árabe!
Além das delícias típicas da gastronomia, o Oriente Árabe também promove apresentações de Dança do Ventre para os clientes, sem cobrar nada por isso. Localizado no Centro Histórico de Curitiba, no bairro São Francisco, o Oriente é um dos restaurantes mais tradicionais, pioneiro em trazer essas apresentações na cidade. Normalmente, elas ocorrem aos sábados, mas estão suspensas durante a pandemia do novo coronavírus.
Quando tudo isso passar, inclua essa programação na sua agenda!